Saturday, August 05, 2006




É criança, o meu sonho, de voar, bem lá no alto. Cedo eu salto, da minha cama, vou bolar, meu novo plano. Um piano, o que eu preciso, não se espante, com o pedido.
Meu amigo, é segredo, pode até ficar com medo, quando eu toco com meus dedos, o piano; eu balanço o corpo todo, um tesouro, esse brinquedo.

Num segundo, tudo muda, o que era, se perdeu. Deu adeus? Não dá mais. Era agora, mas não chora, foi em paz. Engraçado, o passado, vai embora, pra memória, sem dar tchau.
Canta, passarinho, no seu canto, um canto raso, um arraso, um pranto baixo, eu afino meu ouvido, canto fino, esse seu, tão bonito, como deus. Deu adeus? Não dá mais. Era agora, mas não chora, foi em paz.

Até chegar a cachoeira, eu vou


Correnteza do tempo, meu escuro, já sem luz, afunda vazio. Leva, eu vou, devagar, em qualquer canto, eu vou indo. Sentindo frio. Lá do meio, eu te grito, uma corda, jogue agora, não demora. Minha energia, vai caindo, tão profundo, não alcanço, já sem forças, o meu canto. Não me agarro, nesses galhos, o meu peso é mais pesado, é o fardo que eu carrego. Não me entrego, eu espero, um milagre, de você, céu de dia, tão bonito.