Wednesday, December 13, 2006

Em órbita


Em um quarto opaco, esfumaçado, a luz entra por alguma fresta que, sem querer, eu permiti estar aberta, fornecendo uma claridade nada bem vinda. Tudo fechado, nada em movimento, exceto a fumaça que sobe insistente para o teto e o feixe de luz. Eu deito sobre milhares de idéias, e nenhuma me parece verdadeiramente aproveitável. A força inercial me obriga a permanecer no mesmo lugar, e vai se agigantando a cada passada do relógio. Tão inútil e ausente de qualquer coisa, quanto agora, se fez esse texto. Afinal, arte é traduzir, de alguma forma, um sentimento, e esperar que algum dia, em algum lugar, alguém se reconheça ali. Já adianto: eu sinto preguiça.