Friday, November 03, 2006
equilibrista do futuro certo
Me falta coragem de arriscar qualquer idéia num papel, que tenha assim: um jeito de poesia. Do quê eu sinto, o papel não aceita mais, me rejeita como alguém que eu traí a confiança, me entregando a outros braços; se ele soubesse que os números, que agora aqui estão, ao invés das velhas rimas, não representam nenhuma lógica pro meu coração, não largaria tão ao acaso um alguém tão dedicado, um sentir tão carregado, que entre todos os espaços largava um universo de paixão. Que azarão, eu fui pro lado contrário, equilibrando um passado, projetado num futuro, aonde não havia mais lugar pra verdade mais sincera, que me grita lá de baixo, já largada há muito tempo, numa rede infinita de mentiras, que convencem a mim mesmo de um futuro certo.